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CBP homenageia Ronnie Scott

16/05/2014
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Ronnald Kenneth Scott. Também conhecido como Ronnie Scott, é considerado um dos grandes expoentes do polo brasileiro por sua longa trajetória esportiva. Começou seu trabalho no polo quando atuou como diretor na Sociedade Hípica Paulista, de onde é filiado há 58 anos. Em 1963, quando surgiu a necessidade de uma associação que cuidasse especificamente de nosso esporte, fundou a Federação Paulista de Polo (FPP). Na mesma década, foi reserva e chefe de delegação das seleções brasileiras que disputavam a Copa Vargas e a Copa Alessandri, com os vizinhos Argentina e Chile.

 

O trabalho de Ronnie se estendeu por diversas áreas. Nos anos 1970, idealizou e organizou a Copa de Juniores, torneio para jovens atletas de 10 a 14 anos e berço de alguns dos grandes nomes do polo nacional. É responsável também pelo julgamento de cavalos de polo, realizado ainda hoje. Criou no Brasil os leilões de cavalos de polo, que organiza há 40 anos.

 

No campo político, além da FPP, colaborou com Giorgio Moroni para a fundação do Helvetia Polo Country Club em 1975 e foi responsável por organizar alguns dos princiais torneios de polo do Brasil, como a Copa Giorgio Moroni, o Aberto do Estado de São Paulo, a Copa Vogue e o Campeonato Brasileiro de Polo. Ronnie também teve participação no lançamento da Federação Internacional de Polo (FIP), em 1982, onde permaneceu por quatro anos como conselheiro. Um de seus mais expressivos trabalhos foi a criação da Confederação Brasileira de Polo (CBP). Ronnie percebeu a necessidade de um órgão que representasse o polo brasileiro junto ao Governo Federal, desenvolvendo a CBP com Claudemir Siquini.

 

Por estes e outros tantos motivos, Ronnie Scott inaugura a lista de homenageados pela CBP. José Klabin, presidente da confederação, aproveitou para entregar um prêmio para Ronnie, pelos serviços prestados ao polo. A cerimônia aconteceu durante a premiação da Copa Giorgio Moroni, em Indaiatuba (SP). Confira abaixo uma entrevista com Ronnie Scott.

 

Ronnie Scott (à dir.) e José Klabin (crédito/30jardas)

Ronnie Scott (à dir.) e José Klabin (crédito/30jardas.com.br)

 

 

“Me senti na obrigação de fazer algo a respeito para que todos os centros de polo se unissem e ganhassem mais força”

 

CBP: Um de seus primeiros grandes trabalhos no polo foi a fundação da FPP. Como foi esse processo?

 

Ronnie: Foi um trabalho muito difícil naquela época. Desassociar-se da Federação de Hipismo seria bastante complicado, mas contei com muito apoio Eduardo Moraes, presidente da Federação de Hipismo, se colocou à disposição. Durval Moura Araújo, que era advogado e trabalhava com esse tipo de associação também contribuiu bastante. Além disso, tive uma comissão que se dedicou muito. Sylvio de Andrade Countinho Filho (pai do Vico Coutinho) e Didi Souza Aranha foram muito importantes em todo esse processo. Por fim, em 1963, concretizamos esse sonho e inauguramos a FPP.

 

CBP: De onde veio seu interesse pela parte política de nosso esporte?

 

Ronnie: Fui conselheiro da Hípica Paulista de Polo e em seguida me tornei diretor durante bastante tempo. Como o clube era bem organizado, senti que o esporte não tinha atuação ou importância, pois ainda era apenas um braço da Federação de Hipismo. Até aquele momento, no início dos anos 1960, todas as competições eram vencidas pelos militares e, ao meu modo de ver, era porque nós, não militares, não tínhamos organização nenhuma. Me senti na obrigação de fazer algo a respeito para que todos os centros estaduais de polo, tanto na capital como no interior, se unissem e ganhassem mais força ao atuar.

 

“Lembro bem da briga danada para participar da Copa Juniors”

 

CBP: A Copa Juniors foi bastante importante, principalmente em seu início. Como surgiu a ideia da competição?

 

Ronnie: A fundação do Helvetia Polo Country Club, da qual fiz parte ao lado do Giorgio e do Antônio Moroni, foi baseada no clube de Tortugas, na Argentina. Seguindo a mesma linha do que era feito por lá, resolvi lançar em 1979, durante a realização da Copa Vogue, o torneio de Juniors. Até hoje o torneio acontece entre jovens de 10 e 14 anos. No começo havia uma disputa muito grande. O torneio era realizado antes da final no campo I do clube e jogavam-se apenas dois tempos. O pessoal do interior vinha com um time deles para jogar contra o pessoal de Indaiatuba e nessa época apareceram muitos grandes jogadores como Jorge D. Junqueira, Calu Souza Aranha, José Eduardo Kalil e Edward, meu filho. Durante a Copa Juniors, por ideia do Didi Souza Aranha, surgiu também o concurso de arriamento para esses jovens jogadores. Nas primeiras edições concedíamos o prêmio de cem dólares e me lembro bem da briga danada para participar.

 

CBP: E o julgamento de cavalos de polo?

 

Ronnie: Foi também em 1979 que eu criei o julgamento completo de cavalos de polo. A ideia do concurso é julgar o cavalo em três categorias: Cria Nacional, Puro Sangue Inglês (PSI) e Categoria Livre. Essa última englobava cavalos “importados”, animais sem filiação, entre outros. Feitas as inscrições, os cavalos são julgados por sua morfologia e depois é avaliada a parte funcional. Nesse ponto, o Helvetia Polo sempre prestigiou bastante o concurso. Durante esses anos todos é o clube que realiza o evento, cede toda a estrutura, premia. A comissão julgadora foi formada durante bastante tempo por duas pessoas que gostavam muito dessa área: Sérgio Aun e Mauro Souza Aranha. Porém, em 2013, os dois resolveram se afastar da comissão e convidamos como novos integrantes José Luiz Toledo, Rafael Villela Rosa e Gabriel Villela Rosa.

 

CBP: Após participar da fundação da FPP, do Helvetia Polo, da FIP, qual foi a motivação e o objetivo de criar a CBP?

 

Ronnie: No meu modo de ver, a Confederação Brasileira de Polo é um órgão necessário para se relacionar com o Ministério de Esportes. É uma instituição que precisa estar em ordem e ter um bom tráfego com o Governo para que possamos pleitear verba. O Brasil é tricampeão mundial de polo e tem o direito de receber alguma ajuda. A partir desse cenário foi que, em 2006, juntamente com o Claudemir Siquini, ajudei na fundação da CBP. Foi um trabalho muito árduo durante uns oito meses, correndo atrás de cartório, engenheiro, liberações. Porém, no fim acabou dando certo. Achei que o polo brasileiro tinha a necessidade de criar essa instituição.

 

Na foto no topo da notícia: Ronnie Scott (crédito/30jardas.com.br)



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