Mauro Souza Aranha é homenageado pela CBP
Mauro Souza Aranha tem muita história no polo do Brasil. Começou a jogar na década de 1960, conquistou títulos e encerrou suas atividades em 2013, atuando ao lado de seu neto. Ele foi o quinto homenageado da série feita pela Confederação Brasileira de Polo e, em entrevista, compartilhou informações e opiniões sobre sua trajetória e o polo nacional. Confira:
Como começou sua carreira no polo brasileiro?
Comecei em 1967, jogando o primeiro torneio pela equipe do Marília, que pertencia ao meu amigo Bubi Figueiredo. Atuava com Clóvis Habeiche e José Adão, considerado na época o melhor jogador brasileiro.
Como avalia o crescimento do polo nacional durante toda sua trajetória no esporte?
O polo teve três fases na minha época de jogador. A primeira fase, nos anos 1970, ainda tinha algo de duas décadas atrás, quando havia certa admiração pelos polistas antigos, pois atuava-se com muita cordialidade mesmo em um esporte aguerrido.
Na segunda fase aconteceu uma revolução total, junto com o entusiasmo de uma nova geração que despontava com toda garra, fazendo grandes investimentos em cavalos argentinos e transformando a cria nacional. Foi uma época de intensa rivalidade entre várias formações: Toca, Hípíca, Casa Verde, Bonfim, Carcara e Rio Pardo. Também os times de São Joaquim, Franca, Ribeirão Preto e do Exército do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Não posso esquecer as equipes de Tigres, Itanhangá e outros que brigavam por um lugar de destaque.
A partir de 2000 seria a terceira fase, com a construção de vários campos particulares e nova orientação na administração do Helvetia Polo Country Club. Com novos campos e o aprimoramento técnico de vários jogadores, devido ao intercâmbio com times de alta qualidade da Argentina, conseguimos chegar a um lugar de grande destaque. O avanço na criação e a compra de cavalos ajudou a trazer mais qualidade ao polo brasileiro.
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Qual equipe em que você atuou foi mais marcante? Poderia compartilhar algumas lembranças?
Sem dúvida, foi a equipe de Casa Verde, em que jogavam os quatro irmãos: Didi, Tonho, Mauro e Roberto. Várias vitórias, Aberto do Estado de São Paulo, Brasileiro e outros. Com essa formação jogamos contra a famosa equipe de Coronel Soares, 26 vezes campeã do Aberto da Argentina e que tinha 40 gols de Handicap. Também tivemos a felicidade de jogar contra a equipe de Santa Ana, a segunda melhor da Argentina (nesta ocasião atuamos com a Sociedade Hípica Paulista). Não posso deixar de lembrar que muitos amigos jogaram em nosso time, porém, o Sergio Cardoso Filho tem participação muito especial, pois esteve em diversos torneios.
Você é considerado um dos incentivadores do polo de menores. Como começou esse interesse em desenvolver o esporte e como vê a importância das competições para estes jovens atletas?
O esporte dos menores sempre foi incentivado pelo nosso companheiro Ronnie Scott. Ele foi o incentivador desta nova geração. O meu caminho como jogador já terminou, a minha presença ainda é pelo sentido de continuação de meus netos João Pedro e Roberto, pois gostaria que a tradição no esporte continuasse.
O esporte dos menores sempre foi incentivado pelo nosso companheiro Ronnie Scott. Ele foi o incentivador desta nova geração. O meu caminho como jogador já terminou, a minha presença ainda é pelo sentido de continuação de meus netos João Pedro e Roberto, pois gostaria que a tradição no esporte continuasse.
Poderia deixar alguma mensagem aos polistas brasileiros?
Polo significa paixão e dedicação. Para que isso seja levado a sério, temos que nos dedicar treinando ou melhor taqueando, montar a cavalo muito bem e escolher bons companheiros.
Na foto no topo da notícia: Mauro Souza Aranha e jovens entusiastas do polo brasileiro (crédito/Melito Cerezo)